10 road movies imperdíveis

sexta-feira

Pôr o pé na estrada é um dos mais poderosos símbolos da liberdade para o homem moderno. Não por acaso o cinema tem usado a estrada como o cenário ideal de aventuras de gente rebelde, deslocada, insatisfeita ou em fuga de uma vida maçante ou atormentada. Esse tipo de filme acabou constituindo uma categoria especial e bastante admirada entre os gêneros cinematográficos, denominada de “road movies” (algo como “filmes de estrada”). Vamos á eles!

Coração Selvagem (Wild at Heart)

Dirigido por David Lynch, “Coração Selvagem” (Wild at Heart, 1990) conta a história da fuga de um sexy casal formado por Sailor Ripley, interpretado por Nicholas Cage, e Lula Pace Fortune, papel que coube a Laura Dern. Eles pegam a estrada para se verem livres da dominadora mãe de Lula.

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Priscila, a rainha do Deserto (The Adventure of Priscilla, Queen of the Desert)

Priscila é o nome do ônibus que tem um papel central neste inusitado road movie sobre drag queens ambientado na Austrália. “Priscila, a Rainha do Deserto” (The Adventures of Priscilla, Queen of the Desert, 1994) mostra a aventura de uma trupe de travestis para realizar uma série de shows em localidades situadas no deserto australiano. Interpretadas por atores como Terence Stamp, Guy Pearce e Hugo Weaving, as drag queens são mais do que artistas escandalosas vivendo num mundo de fantasias. Elas temem a velhice, têm ambições tão normais como as de outras pessoas e enfrentam o preconceito e a estranheza, que se acentuam no reacionário interior australiano. No fim, um road movie alegre e com um visual soberbo.

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Assassinos por Natureza (Natural born Killers)

Oliver Stone soube fazer um road movie sarcástico sobre a relação entre mídia e violência. Em “Assassinos por Natureza” (Natural Born Killers, 1994), o casal Mickey e Mallory, interpretados por Woody Harrelson e Juliette Lewis, atravessam os Estados Unidos cometendo uma série de assassinatos banais e chocantes. Graças à cobertura midiática tornam-se celebridades que deixam um rastro de pavor e excitação. O roteiro de Quentin Tarantino enfatiza a violência e a busca pela fama de forma irônica. No rastro de assassinatos cometidos pelo insano casal sempre sobra alguém para contar a história e divulgar para a mídia e a polícia o nome dos assassinos.
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Deu a louca no mundo (It´s a mad, mad, mad, mad world)

Numa estrada do sul da Califórnia um acidente de carro é testemunhado pelos ocupantes de outros quatro veículos. Ao socorrerem o moribundo acidentado, eles recebem a informação de que há uma pequena fortuna fruto de um roubo enterrada em um parque em Santa Rosita. Começa então uma hilária corrida com várias trapalhadas e inúmeras trapaças. Dirigido por Stanley Kramer, “Deu a Louca no Mundo” (It’s a Mad, Mad, Mad, Mad World, 1963) tem um elenco estelar, incluindo Spencer Tracy, Buster Keaton, Mickey Rooney, Os Três Patetas e Terry-Thomas, entre outros.

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Paris, Texas (Paris, Texas)

Muitos road movies mostram a história de homens e mulheres que não conseguem se encaixar na ordem social que os cerca ou perdidos na alienação do mundo moderno. “Paris, Texas” (1984), direção de Wim Wenders e roteiro de Sam Sheppard, é um dos pontos altos dessa abordagem.
Travis, interpretado por Harry Dean Stanton, é literalmente alguém sem rumo após a separação. Sua esposa foi trabalhar numa boate de strip-tease e seu filho ficou sob os cuidados do seu irmão.
Vagando sem destino pelo deserto texano, ele vai sendo aos poucos resgatado e parte em busca da sua ex-mulher Jane, interpretada por Natassja Kinski, a única pessoa capaz de fazê-lo se reencontrar.

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Estranhos no Paraíso (Stranger than Paradise)

Filme de estréia de Jim Jarmusch, diretor ícone do cinema independente americano, “Estranhos no Paraíso” (Stranger Than Paradise, 1984) logo de cara não parece ser um road movie. É preciso esperar a segunda parte para acompanhar a viagem dos protagonistas numa constante fuga do tédio. A história centra-se em Willie, interpretado por John Lurie, um desocupado que mora em Nova York, e recebe a visita surpresa de Eva, uma prima húngara, interpretada por Eszter Balint. Após a partida de Eva para a casa da tia em Ohio, Willie percebe o quanto gosta dela e vai atrás da garota com seu amigo Eddie, papel que coube a Richard Edson. Os três iniciam então uma peregrinação que os leva a Flórida e que aparentemente não terá mais fim em sua busca para escapar da monotonia.

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E a sua mãe também (Y tu mama tanbien)

Surpreendente road movie mexicano, “E a Sua Mãe Também” (Y Tu Mamá Tambiém, 2001) mostra o relacionamento de dois adolescentes prestes a ingressar na vida adulta com uma mulher mais velha. A história mostra a viagem de carro dos três em busca de uma praia chamada Boca del Cielo.
Decepcionada com a traição do marido, Luisa, interpretada por Maribel Verdú, embarca na aventura com Júlio (Gael García Bernal) e Tenoch (Diego Luna). Durante a jornada que atravessa o sul pobre do México o papo gira em torno de seus relacionamentos amorosos e experiências sexuais. A direção de Alfonso Cuarón faz deste drama um dos filmes mais belos do início do novo milênio.
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Pequena miss Sunshine (Little Miss Sunshine)

Um tio intelectual suicida, um avô pornográfico e viciado em heroína, um irmão que recusa-se a falar, um pai especialista em motivar as pessoas que se encontra à beira da falência e uma mãe meio hippie perdida entre essa gente tão confusa. Essa é a família de Olive, uma garotinha interpretada por Abigail Breslin que quer participar de um bizarro concurso de beleza para pré-adolescentes.
Para fazer isso, esses seis integrantes dessa caótica família embarcam numa precária Kombi para uma viagem do Novo México até a Califórnia. Dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris, “Pequena Miss Sunshine” (Little Miss Sunshine, 2006) é mais que um road movie sensível e emocionante, é uma obra-prima do cinema independente americano.

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Thelma & Louise (Thelma & Louise)

Provavelmente o primeiro road movie feminista, “Thelma & Louise” (1991), dirigido por Ridley Scott, narra a aventura de duas mulheres insatisfeitas e infelizes que resolvem se aventurar durante um fim de semana e acabam em fuga em busca de liberdade por cenários míticos dos road movies norte-americanos.
Susan Sarandon e Geena Davis interpretam os papéis centrais que representam mulheres comuns cansadas de só sobreviver e enfrentar uma vida áspera cheia de homens brutos, tédio e insatisfações. Foragidas da polícia após matarem um homem que tentou estuprar uma delas, a dupla atravessa a bordo de um Thunderbird 1966 cenários oníricos construindo uma narrativa ácida sobre os sonhos de liberdade e emancipação.

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Sem destino (Easy Rider)

Este clássico entre os clássicos definiu o que é um road movie. “Sem Destino” (Easy Rider, 1969) é uma das obras de arte cinematográficas que melhor retratou uma geração. Estradas atravessando paisagens célebres dos Estados Unidos, um par de motocicletas Harley-Davidson, envolvimento com drogas e prostitutas, dois personagens emblemáticos das gerações que emergiram nos anos 60 e uma trilha sonora com canções de Jimi Hendrix, Bob Dylan e Steppenwolf são os ingredientes que fizeram de “Sem Destino”, sob a direção de um jovem Dennis Hopper, um exemplar por excelência dos road movies. Com uma narrativa liberal que conduz a história para um final trágico e simbólico dos caminhos de uma geração, o filme contou com as brilhantes atuações de Peter Fonda, Dennis Hopper e Jack Nicholson nos papéis centrais. Uma obra nada convencional que influenciou a estética dos road movies dali em diante.
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